terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vivência e orientação sexual na Comunidade Escolar.

Vivência da sexualidade e orientação sexual
Para as Ciências Sociais o corpo humano não é uma totalidade biológica e, assim como ele, a sexualidade humana deve ser vista como uma construção social e histórica que se dá segundo padrões e injunções sociais, culturais, políticas. Daí decorrem inúmeras conseqüências que precisam ser consideradas quando tratamos dos contextos de vulnerabilidade nos quais os jovens estão inseridos.
A abordagem consciente e respeitosa da sexualidade passa, necessariamente, pela apropriação dessas concepções, pela compreensão das transformações no corpo ao longo da vida, pela identificaçãodasespecificidadesdecadaciclododesenvolvimentohumano,pelo reconhecimento da diversidade étnico-racial, de gênero e orientação sexual, entre outras, pelo processo de configuraçãodaidentidade,pelaassunçãodeumconjuntodevalores éticos e pelo exercício da cidadania.
Pelo exposto, a sexualidade, além de ser vista como elemento fundamental da condição humana, deve ter suas diferentes expressões consideradas à luz da cultura dos direitos humanos. A todo cidadão deve ser assegurado o respeito à sua identidade sexual e de gênero, o direito ao livre exercício de sua sexualidade, com devida visibilidade de sua orientação sexual.
No Brasil, a população homossexual é apontada, em diversas pesquisas, como a mais odiada e, não por acaso, o País mantém-se há vários anos como um dos que apresentam os mais altos índices de assassinato de natureza homofóbica.
Recente pesquisa realizada pela Unesco (2004a) sobre juventude e sexualidade revelou a presença de atitudes e valores homofóbicos no ambiente escolar, identificandoque¼dos alunos não gostaria de ter um colega de classe homossexual. Bater em homossexuais é considerado para as jovens como a terceira violência mais grave, já para os rapazes ela ocupa o sexto lugar.
Alarmante são, também, os indicadores, sobre os professores, revelados na pesquisa Perfildos Professores Brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que almejam, (Unesco,2004b). Dos professores que participaram da pesquisa, 59,7% declararam ser inadmissível que uma pessoa tenha experiências homossexuais. Tais processos de intolerância com a diversidade de orientações sexuais tornam-se tão cruéis que acabam impondo aos jovens uma vida de sofrimento e exclusão.

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