O sexo conquista cada vez mais cedo o cotidiano dos jovens. Um elevado número de parceiros, por sua vez, acaba aumentando a ocorrência das DST. Uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, publicada nos Cadernos de Saúde Pública (Volume 20, nº1), revela como anda a vida sexual dos adolescentes cariocas. Segundo a pesquisa, enquanto rapazes têm vida sexual cada vez mais precoce, moças são freqüentemente vítimas de abuso sexual. Segundo o estudo, esses dados refletem um comportamento sexual machista.
O estudo abordou 356 adolescentes, de 12 a 19 anos, atendidos no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas. O roteiro de perguntas baseou-se em três partes. A primeira investigava dados pessoais como idade, renda familiar, escolaridade, trabalho, prática de exercícios, uso de bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas. Na segunda parte da entrevista a pesquisa perguntou detalhadamente sobre a família: com quem o jovem morava, opinião sobre o pai, a mãe e relacionamento entre eles. Na última parte, a pesquisa investigou o histórico sexual do adolescente, a época da menarca/semenarca e da primeira relação sexual. O estudo também investigou ocorrência de homossexualismo, prostituição, abuso sexual, gravidez, número de parceiros sexuais e uso de preservativos.
O estudo abordou 356 adolescentes, de 12 a 19 anos, atendidos no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas. O roteiro de perguntas baseou-se em três partes. A primeira investigava dados pessoais como idade, renda familiar, escolaridade, trabalho, prática de exercícios, uso de bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas. Na segunda parte da entrevista a pesquisa perguntou detalhadamente sobre a família: com quem o jovem morava, opinião sobre o pai, a mãe e relacionamento entre eles. Na última parte, a pesquisa investigou o histórico sexual do adolescente, a época da menarca/semenarca e da primeira relação sexual. O estudo também investigou ocorrência de homossexualismo, prostituição, abuso sexual, gravidez, número de parceiros sexuais e uso de preservativos.
Dos adolescentes avaliados, 62% tinham vida sexual ativa e mais de 30% eram portadores de DST. Já a idade da primeira relação sexual ocorreu em média aos 14,6 anos, entre as moças, e aos 15 para os rapazes. Mais de 90% das moças tiveram a primeira experiência sexual com o namorado, o que aconteceu com somente 33% dos rapazes que, em sua maioria (55%), tiveram a primeira relação sexual com uma amiga. Nenhuma adolescente teve iniciação sexual com profissionais do sexo, mas isso aconteceu para 11,7% dos rapazes. “O sexo ocorreu de forma espontânea para a maioria deles. O histórico de abuso sexual foi significativamente mais freqüente entre as moças. Nos relatos de abuso sexual, exceto um, o perpetrador era do sexo masculino”, explicam os pesquisadores.
A pesquisa destaca também que o número de parceiros foi maior do que dois para 71,4% dos homens e 28,6% das mulheres. O uso de preservativo nas relações sexuais foi significativamente menos freqüente entre as moças. “Entre adolescentes o uso de preservativos é baixo e a atividade sexual geralmente não é programada. Estudos brasileiros revelam que apenas um terço deles ou menos usam preservativo sempre”, destacam os pesquisadores, que lembram que no Brasil não há informações sobre a prevalência de DST entre adolescentes.
Ainda segundo o estudo, os adolescentes masculinos praticam mais atividades físicas, usam drogas com maior freqüência, ``transam`` com homossexuais, têm múltiplos parceiros/as e se prostituem mais. Quanto às moças, estas dariam preferência às relações afetivas (namorados), seriam vítimas mais freqüentes de abuso sexual e usariam menos preservativos. Na opinião da pesquisa, “os papéis desempenhados pelos adolescentes estudados se incluem num modelo de dominação de gênero no qual a visão de masculinidade e feminilidade dificulta o avanço de programas de promoção à saúde”.
Para os pesquisadores, os resultados da pesquisa revelam que ser homem neste contexto representa soberania, repudiar o feminino, não revelar sentimentos e arriscar sempre, mesmo por meio de violência. Ser mulher, por outro lado, simbolizaria passividade frente ao abuso sexual, submissão, cuidado e temor em relação ao homem: “ é o papel cristalizado de objeto do controle masculino. A desigualdade de poder nas relações é um dos motivos da dificuldade que homens e mulheres têm em discutir formas seguras de exercer a sexualidade”, garante o estudo.
Na opinião dos pesquisadores, para se ter um controle mais efetivo das DST é fundamental ampliar o debate em torno dos modelos de masculinidade e feminilidade culturalmente construídos: “os papéis de gênero desempenhados pelo homem e pela mulher podem e devem ser modificados na medida em que paralisam os indivíduos em seus desejos e conquistas”, concluem.
Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)
Fonte : SAUDESAUDE
Nenhum comentário:
Postar um comentário